
O grupo Carrefour na Bahia foi processado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). O motivo? A falta de enfrentamento de casos de assédio sexual em sua unidade na cidade de Itabuna. Segundo o órgão, houve uma série de situações de assédio sexual, principalmente envolvendo um gerente. O absurdo incluía comentários sobre o corpo das funcionárias, ofertas de vantagens em troca de favores sexuais, toques inadequados, perseguição dentro da loja e assédio por meio de mensagens e áudios nas redes sociais.
Relatos mostram que ele assediava também funcionários do sexo masculino, inclusive usando palavras de baixo calão e tocando em suas partes íntimas. Os depoimentos foram colhidos no inquérito aberto pelo MPT no ano passado. A ação segue em segredo de justiça corre na 3ª Vara do Trabalho de Itabuna.
Após investigar o caso, o MPT apresentou provas colhidas para a empresa, que se negou a assinar um termo de juste de conduta. Ao final, o Carrefour demitiu o empregado acusado, sem acolher as vítimas ou adotar qualquer outra medida de proteção contra novo casos.
No dia 4/8, a procuradora Carolina Novais entrou com ação civil pública por assédio sexual no ambiente de trabalho. Ela pediu que a empresa seja condenada a implementar um programa de prevenção e combate ao problema com amplitude nacional para todas as lojas. A ação pede que o Carrefour pague indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 20 milhões.
O MPT também solicitou sigilo do processo para proteger as vítimas e demais pessoas que prestaram depoimentos. E optou por divulgar o caso sem dar detalhes e os locais do assédio. “A varejista não adotou medidas para prevenir e combater o assédio sexual no ambiente de trabalho e não demonstrou interesse em corrigir suas práticas ilegais. A diretoria, ciente das denúncias, buscou silenciar as vítimas e, após a demissão do assediador, passou a persegui-las e puni-las”, informou.
No inquérito, há relatos de que a empresa não realizava treinamentos adequados sobre o combate ao assédio sexual e não possuía um canal de denúncia eficaz, além de proibir relacionamentos afetivos entre os empregados.
Em nota, o Carrefour informou que a empresa não foi citada no processo judicial e que não teve acesso ao procedimento administrativo. A empresa destacou que o caso está em segredo de justiça e, por isso, não pode se pronunciar neste momento. A nota ainda acrescentou que o grupo repudia qualquer ato ou comportamento inadequado.
 
					